sexta-feira, 24 de abril de 2009

Clima para o clássico esquenta, e Zezé Perrela tenta acalmar os ânimos

No entanto, dirigente critica algumas ações da diretoria do Atlético-MG antes da decisão estadual

O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, se diz preocupado sobre as polêmicas que giram em torno da decisão do Campeonato Mineiro, contra o rival Atlético-MG. Nessa quinta-feira, o dirigente fez um apelo para que jogadores e torcedores dos dois times não se deixem levar pelo clima criado nos bastidores. - Essa preocupação é de todos nós que temos responsabilidade. Não só dos clubes, mas também da imprensa, do torcedor de um modo geral. Nesses anos todos em que estou à frente do Cruzeiro nunca vi um clima tão desfavorável para um jogo de futebol, que não pode ser mais do que isso. Criticou-se a Federação Mineira do jeito que foi, agora critica-se porque está vindo árbitro de fora (um trio de São Paulo). A gente se preocupa, porque isso só fomenta a violência. Pediria a todos os cruzeirenses para terem muita tranquilidade, para não embarcar nesse clima de guerra que não vai favorecer ninguém - disse, em entrevista ao site oficial do clube.

Zezé Perrella elogiou o promotor José Antônio Baeta, que convocou as diretorias de Cruzeiro e Atlético-MG para uma reunião com a Polícia Militar, no Ministério Público, nesta sexta-feira. A ideia é que todos se comprometam na luta por um jogo sem incidentes. - Nós recebemos uma intimação do promotor Baeta, convidando Cruzeiro, Atlético-MG e Polícia Militar para ir ao Ministério Público de Minas Gerais, que também está muito preocupado com tudo isso que se criou. É para a gente conversar com as forças de segurança, para que tenhamos o mesmo discurso, e um jogo de paz. O melhor é que vai vencer. Se é Cruzeiro, se é Atlético-MG, vamos ver nos dois próximos domingos. Não são palavras, nem falácias que vão fazer com que nosso time ganhe o campeonato - afirmou. Zezé Perrella não concorda com a possibilidade de que o Atlético-MG, como mandante, tenha direito a 90% dos ingressos no jogo de volta da final, já que, segundo ele, uma mudança tão importante demanda tempo. - Não é faltando três dias para o jogo que a gente vai dizer ao torcedor do Cruzeiro ou do Atlético-MG que ele vai ter direito só a 10% dos ingressos. Tudo tem que ser discutido a seu tempo. Nós vamos conversar com o Ministério Público e temos que achar o caminho do bom-senso. O Cruzeiro respeita o regulamento e vai lutar para que ele prevaleça. Podemos discutir para o Campeonato Brasileiro, mas, por respeito ao torcedor, não podemos tomar essa decisão agora. Seria irresponsabilidade nossa - observou. O dirigente falou ainda sobre a intenção do rival de inverter a posição das equipes nos túneis do Mineirão. Tradicionalmente, o Cruzeiro fica à direita das cabines de rádio e televisão, porque ali fica a sua torcida. - É uma manifestação clara deles de querer estar ali para pressionar o bandeira. Quem assiste aos jogos do Cruzeiro vê que o Adilson nunca pressionou. Não vejo nem vantagem nisso. Você tem mais chance de ser expulso. O Cruzeiro está ali por uma questão de segurança. E se a Polícia Militar entender que pode dar garantia ao nosso treinador ao lado da torcida do Atlético-MG, eu não vejo problema. Não é vestiário que ganha jogo - opinou. Perrella citou o acordo frustrado com uma empresa que queria estampar a marca nos uniformes de Cruzeiro e Atlético-MG na decisão. A diretoria celeste aceitou, mas, de acordo com o dirigente, não conseguiu fechar negócio devido à recusa do adversário. - Está difícil se entender. Nós tivemos uma oferta de patrocínio em que receberíamos R$ 450 mil por dois jogos. Pelo Cruzeiro, estava tudo combinado. O Atlético-MG não concordou, achou o valor pequeno. Então vamos para os dois jogos sem nenhum patrocínio, estamos jogando R$ 450 mil no lixo. Para o Cruzeiro esse dinheiro é interessante, mas não quero entrar no mérito. A empresa só fazia se fosse com os dois clubes - destacou. Durante entrevista coletiva, o dirigente celeste recebeu uma sugestão de um aperto de mão simbólico com o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, como forma de acalmar os ânimos para a grande decisão. Zezé Perrella colocou-se à disposição. - Eu não tenho nenhum tipo de problema e estou à disposição para fazer isso. Não sou inimigo dele, sou presidente do Cruzeiro e defendo os interesses do clube dentro da legalidade e dos limites. Estou disposto a fazer qualquer coisa para que não tenha guerra - respondeu. Perrella também disse o que espera da final. O dirigente celeste acredita que Cruzeiro e Atlético-MG farão um duelo equilibrado, como é próprio do clássico, e vê o rival até em vantagem, já que pode ser campeão com dois empates. - Vejo o Cruzeiro com possibilidade de vencer. E vejo o time deles com possibilidade também. Cruzeiro x Atlético-MG, indiferentemente da situação de cada um, é sempre clássico. Não tem vencedor antecipado. E o Atlético-MG está em um bom momento, com um bom time, terminaram em primeiro. Eu até diria que, se tivesse que escolher os favoritos, seriam eles - avaliou.

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